Constelação Familiar

Trata-se de uma abordagem recente, fenomenológica, sistêmica, desenvolvida pelo filósofo alemão Bert Hellinger, que se deparou com um fenômeno descortinado pela psicoterapêuta americana Virginia Satir nos anos 70, quando esta trabalhava com o seu método das “esculturas familiares”.

De posse de detalhadas observações, Hellinger descobriu que muitos problemas, dificuldades e mesmo doenças estão ligadas a destinos de membros anteriores de seu grupo familiar.

Bert, propôs uma “consciência de clã” que se norteia por “ordens” arcaicas simples, que ele denominou de “ordens do amor”, e demonstrou a forma como essa consciência nos impulsiona inconscientemente na repetição do destino de outros membros do grupo familiar. Essas ordens do amor referem-se a três princípios, são eles:

As ordens do amor são forças dinâmicas e articuladas que atuam em nossas famílias ou relacionamentos íntimos. Percebemos a desordem dessas forças sob a forma de sofrimento e doença. Em contrapartida, ao ordenar essas forças, percebemos seu fluxo harmonioso como uma sensação de estar bem no mundo.


Constelação individual com bonecos

As Constelações Familiares permitem elucidar a dinâmica normalmente oculta nos sistemas de relacionamento familiar.

A técnica apresenta o diagnóstico acerca de algumas forças que atuam nos sistemas familiares e dos emaranhados em que algumas delas se envolvem, e estas se revelam num campo de informação morfogênico, em que são utilizados os bonecos como representantes.


Breve relato sobre Bert Hellinger

Anton "Suitbert" Hellinger conhecido simplesmente como Bert Hellinger, foi um psicoterapeuta alemão, inventor das Constelações Familiares.

Nascido em Leimen - Alemanha, morava em Cologne - Itália, sendo parte de uma família católica. Aos 10 anos, foi seminarista em uma ordem Católica. Apesar disso, aos 17 anos se alistou no exército e combateu com os nazistas no front, sendo preso na Bélgica. Aos 20 anos, com o fim da guerra, se tornou padre. Se formou no curso de Teologia e Filosofia na Universidade de Würzburgo em 1951. Foi enviado como missionário católico para a África do Sul, onde atuou como diretor de várias escolas, como o Francis College, em Marianhill. Em 1954, obteve o título de Bacharel de Artes da Universidade da África do Sul e, um ano depois, graduou-se em Educação Universitária.

No final dos anos 1960, abandonou o clero e voltou à Alemanha, onde passou a estudar Gestalt-terapia. Mudou-se para Vienna para estudar psicanálise. Ali, conheceu sua primeira esposa, Herta, uma psicoterapêuta.

Em 1973 se mudou para a Califórnia para estudar Terapia Primal com Arthur Janov. Lá, se interessou pela Análise Transacional.

Hellinger se divorciou de Herta e casou-se com Marie Sophie. Com esta Esposa, realizou cursos, oficinas e seminários em vários países.

Faleceu em 19 de setembro de 2019 aos 93 anos de idade.

Hellinger escreveu vários livros sobre as constelações familiares, dentre os traduzidos para o português, estão:


“A vida” por Bert Hellinger

A vida decepciona-o para você parar de viver com ilusões e ver a realidade.

A vida destrói todo o supérfluo até que reste somente o importante.

A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como “É”.

A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer.

A vida envia pessoas conflitantes para te curar, pra você deixar de olhar para fora e começar a refletir o que você é por dentro.

A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição.

A vida lhe tira do caminho e lhe apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar tudo e flua como um rio.

A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de “reagir”.

A vida te assusta e assustará quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.

A vida tira o seu amor verdadeiro, ele não concede ou permite, até que você pare de tentar comprá-lo.

A vida lhe distancia das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém.

A vida ri de você muitas e muitas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo.

A vida quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar em ti.

A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar.

A vida repete a mesma mensagem, se for preciso com gritos e tapas, até você finalmente ouvir.

A vida envia raios e tempestades, para acordá-lo.

A vida o humilha e por vezes o derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer.

A vida lhe nega bens e grandeza até que pare de querer bens e grandeza e comece a servir.

A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e seu ser voe.

A vida lhe nega milagres, até que entenda que tudo é um milagre.

A vida encurta seu tempo, para você se apressar em aprender a viver.

A vida te ridiculariza até você se tornar nada, ninguém, para então tornar-se tudo.

A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir.

A vida te machuca e te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração.

A vida te esconde tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los.

A vida te nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo.

A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta… Mas creia, isso é para que seu melhor se manifeste… até que só o AMOR permaneça em ti”